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ASPERGER, NÃO, POR FAVOR!


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Descobrir a Síndrome de Asperger pode ser libertador se você enxergar pelo ponto de vista de que agora você tem uma explicação para tudo aquilo que não entendia na sua vida até aquele momento.

Por outro lado pode ser bem desanimador saber que o CID F84.5 faz parte de uma história tão pesada e que prejudicou tantos inocentes.

O psiquiatra e pesquisador austríaco Johann "Hans" Friedrich Karl Asperger, era muito próximo dos líderes que comandavam o sistema de eutanásia infantil, quando o nazismo tomou a Áustria entre os anos de 1938 e 1945.

Naquela época, além dos judeus e diversos outros grupos sociais, as pessoas que apresentavam algum tipo de deficiência também eram perseguidas. 

As crianças autistas, eram diagnosticadas por Hans Asperger com a denominada "psicopatia autista".

Asperger separava as crianças que ele considerava aptas a conseguirem ter um desenvolvimento na comunicação e habilidades sociais. As crianças que faziam parte do que hoje chamamos de grau leve do espectro poderiam escapar do destino cruel em que as demais seriam expostas.

As crianças que faziam parte do que conhecemos hoje como a  parte moderada e severa do TEA, eram enviadas a instituição infantil de Spiegelgrund para serem mortas, erradicando assim, qualquer ser humano que os nazistas julgavam não pertencer a raça ariana pura.


Ser asperger não é motivo de honra

SER ASPERGER NÃO É MOTIVO DE HONRA


Pensando em toda a bagagem histórica que o nome Asperger carrega, não me sinto nem um pouco honrada em saber que faço parte do espectro justamente no CID F84.5.

Obviamente que nem eu e nem ninguém que está dentro do TEA (Transtorno do Espectro Autista) tem culpa dos atos desumanos que ocorreram neste lamentável período de nossa história.
Porém, muito me entristece que algumas pessoas ainda se refiram ao autismo leve como Síndrome de Asperger.

Na minha opinião, alguém que foi responsável pela morte de quase 800 crianças, exatamente por causa da classificação no espectro, não deveria receber esta homenagem.

Sendo assim, estou totalmente de acordo com a visão de que a Belle Westley, estudante de doze anos, tem sobre o assunto.

Belle deu início a um abaixo assinado para que o nome do Médico austríaco deixasse de ser usado para se referir ao transtorno.

Em 2013, o nome Síndrome de Asperger passou a ser classificado no DSM (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), como o grau leve do Transtorno do Espectro Autista.

Mas, infelizmente, ainda pela falta de informação, ainda encontramos muitos autistas e familiares dos mesmos se referindo ao TEA como S.A. (Síndrome de Asperger).

Nós do Autistas em Ação abraçamos a causa e lutamos para que cada vez mais pessoas possam ter acesso a informação, desmistificando os conceitos que não representam mais a comunidade autista como um todo.


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ASPERGER ANTES, AUTISMO HOJE


Embora tenhamos evoluído bastante em relação a conscientização do TEA (Transtorno do Espectro Autista), ainda nos deparamos com a falta de aceitação e inclusão que as pessoas autistas sofrem todos os dias.

Isso também me faz pensar nos movimentos que lutam pela "cura" do autistmo no Brasil e no Exterior.

Se pararmos para refletir, podemos chegar a conclusão de que não existem esforços para que as pessoas autistas que não conseguem se comunicar devido as suas dificuldades motoras e sensoriais bem acentuadas, tenham uma evolução no espectro.

Os estudos na verdade são feitos para que o cérebro autista passe a se comportar como um cérebro típico.

Isso nos mostra o quanto essa herança histórica e preconceituosa se arrasta até os dias atuais. Mesmo que de forma mais branda, ou velada, se assim preferir chamar, há um grupo de pessoas e profissionais tentando erradicar o autismo da sociedade como se fosse um mal a ser combatido.

Infelizmente, em meio a essas pessoas, encontramos mães que têm seus filhos diagnosticados recentemente e por não conhecerem o espectro, se desesperam e se enchem de esperança sem se dar conta que estão praticando o preconceito pelos seus próprios filhos, quando acreditam que ele não deve ter sua diferença respeitada e aceita.

Por causa disso, acabam também surgindo "efeitos colaterais" perigosíssimos vindos desses resquícios de conduta como aconteceu a pouco tempo atrás, com a divulgação de um suposto líquido milagroso que tinha como função principal a "cura" do autismo: o MMS, segundo o impostor que o criou.

Esse composto nada mais era do que água sanitária.

Um número considerável de crianças estavam correndo risco de morte pois, os supostos vermes, que prejudicavam a flora intestinal e provocavam o autismo,  era nada mais nada menos, do que os pedaços da flora intestinal que estavam sendo corroídos e sendo expelidos pelas crianças que ingeriam o veneno.

Diante de tanto absurdo que estamos vemos, inclusive vindo de uma parte dos próprios profissionais da área da saúde mental, podemos concluir que a sociedade ainda está longe da evolução moral e do senso de humanidade que tanto precisamos para ter nossa condição respeitada, o que nos daria o direito de ter voz ativa na sociedade e principalmente paz em relação ao preconceito.







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